terça-feira, 28 de agosto de 2012

Músico Chau do Pife é um dos novos mestres do Patrimônio Vivo


Autodidata, o músico diz ter aprendido a tocar, imitando o canto dos pássaros, mas aperfeiçoou o conhecimento e tornou-se mestre instrumentista


  
Quando era criança, José Prudente de Almeida não imaginava que o dever de cuidar da plantação, protegendo-a dos pássaros, seria determinante na trajetória musical que estava reservada para ele. Foi cuidando de plantações de milho e feijão, no município de Boca da Mata, que Chau do Pife, como ficaria conhecido no cenário artístico alagoano, teve seus primeiros contatos com a música.

Este mês, o talento do músico obteve um novo reconhecimento, com sua inclusão no Livro do Registro do Patrimônio Vivo, que o transforma, a partir de agora, no Mestre Chau do Pife.

“Meu pai me colocou para espantar os pássaros, então, a partir desse dia, eu ficava em cima de uma pedra com uma taboca com quatro furos, soprando e espantando os pássaros. Daí por diante, comecei a prestar atenção no canto deles e tomei gosto pelo som que conseguia tirar, tentando imitar o som dos pássaros”, afirmou.

Percebendo o interesse do menino pela música, o pai lhe presenteou com um pífano e aos 12 anos, ele começou a tocar em feiras e festas, chamando a atenção pelo modo como tocava o instrumento.  Assim, nasceu Chau do Pife.

Autodidata, ele conta que para conseguir uma boa música e tocar o pífano com destreza, ele garante que o conhecimento do instrumento é fundamental. “É preciso conhecer o instrumento musical como a uma pessoa, para ter um bom relacionamento com ele. Não existe enxada cega para um bom trabalhador”, ressaltou o instrumentista.

Ele explica que o músico tem que ir além das limitações do instrumento. “Um pifeiro de qualidade sabe tirar o som de dó a dó, em qualquer tipo de pífano. Na flauta, já tem todos os recursos para se tirar as notas, mas com pífano, é diferente, o recurso musical está no próprio músico”, explica o mestre.

Com 41 anos de música e apresentações em diversas regiões do Brasil, Mestre Chau do Pife lançou três CDs: Memória dos Pássaros (2002), Ninguém Anda Sozinho (2006) e Chau no Capricho (2008), este gravado ao vivo no Teatro de Arena Sérgio Cardoso, em Maceió.

Texto: Valéria Guimarães
Fotos: Raul Plácido

sábado, 4 de agosto de 2012

Chau do Pife foi declarado patrimônio vivo de Alagoas


Anúncio foi feito em 01 de agosto de 2012, pelo Conselho Estadual de Cultura,
juntamente com mais outros seis mestres



Matéria exibida em 04 de agosto de 2012, no programa AL TV 1ª edição, da TV Gazeta



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Chau do Pife é declarado Patrimônio Vivo de Alagoas - Conselho de Cultura aprova sete novos nomes como Patrimônio Vivo de Alagoas



O Conselho Estadual de Cultura aprovou, em reunião extraordinária realizada na quarta-feira (1º), a indicação de sete candidatos para o Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas.

Os nomes aprovados pelo Conselho e que seguem para avaliação do governador do Estado são o do trovador, repentista e embolador de Anadia Antônio Salvador de Souza (Canarinho de Alagoas); o da mestra de Pastoril de Pão de Açúcar Lindaura Alves da Silva; o do mestre de Samba de Matuto de Maragogi Sebastião Amaro dos Santos (Tião); o do mestre de Bumba Meu Boi Everaldo Lins; o do mestre de Chegança Juvêncio Joaquim dos Santos (Presidente de Honra da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas) e o do mestre de Fandango Ronaldo da Costa (Mestre Pancho) e de um dos mais queridos e talentosos músicos de Alagoas Jose Prudente de Almeida, mais conhecido por Chau do Pife. Os quatro últimos mestres indicados são de Maceió.



Mestre Pancho
A Comissão Especial para Seleção dos Candidatos ao Registro do Patrimônio Vivo, instituída pela Portaria nº 95/2012, analisou a lista de inscritos, discutiu os critérios de seleção de acordo com a Lei  nº 6513 de 22 de Setembro de 2004, sua alteração de nº 7.172 de 30 de Junho de 2010 e enviou os nomes para homologação.

Joaquim Juvêncio - Presidente

Para o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas, o objetivo da realização do edital de inscrições para o Registro de Patrimônio Vivo foi completar as 40 vagas criadas por Lei para que os mestres e mestras possam receber o auxílio institucional e dinamizar as atividades desenvolvidas pelos grupos, dando continuidade aos folguedos existentes em Alagoas. “Com as novas inscrições, serão ao todo 39 mestres. Com a realização desses registros se pretende valorizar e preservar a cultura popular em nosso Estado”, afirmou.

"A declaração do Mestre Joaquim Juvêncio é motivo de alegria para todos nós da ASFOPAL por ser nosso Presidente de Honra e um dos mais antigos mestres de Chegança de Alagoas", falou Keyler Simões, Presidente da ASFOPAL.

Balaio de Fatos com Valéria Guimarães - Ascom Secult