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José Prudente de Almeida, recebeu o apelido de Chau, quando adolescente, no município de Boca da Mata, interior de Alagoas, e ao começar a tocar o pífano ou pife, foi “batizado” de Chau do Pife, e há quase 40 anos descobriu o amor pelo instrumento.
Com 53 anos de idade, casado, há quinze anos, com três filhos, vive exclusivamente da música. “Não sei fazer outra coisa”. Chau toca hoje em um pífano produzido pelo amigo Cícero Gama, de alumínio com sete furos.
A forma como Chau conheceu o pífano é no mínimo, diferente. O pai de Chau era agricultor em Boca da Mata e plantava feijão, mandioca e milho, e foi para proteger a plantação de milho dos pássaros que atacavam logo cedinho, que seu pai lhe deu um pífano de quatro furos para que ele “apitasse” para espantá-los. “E eu tinha que apitar muito, porque se ele pegasse algum milho comido, eu apanhava”, explica Chau. Então seu pai, com o tempo percebeu o interesse que ele tinha pelo “pedaço de cano” que ele furava, a taboca, e deu ao pequeno Chau um pife de seis furos para tocar. E assim começou a história musical de Chau do Pife.
Sua primeira apresentação foi numa feira em Atalaia, com 15 anos. Ganhava dinheiro com essas apresentações e ficava umas quatro semanas sem ir cortar cana, “um serviço muito ruim”, diz.
Música própria, ele só começou a fazer há 18 anos (1992), quando tocava na banda “Forró e Xodó”.
Hoje, os músicos que tocam com Chau são normalmente: Irineu e Lula Sabiá (sanfonas); Xéxéu (Zabumba); Renato ou Edinho (triângulo) e Deda (baixo). Pois é, Chau do Pife é acompanhado por um trio de forró e um baixo, instrumento que conheceu nos tempos da banda “Forró e Xodó”. “Para quem tá vendo um show, pode não perceber, mas para a gente que tá no palco, o baixo é muito importante para apoiar a gente na música”, explica.
Vivendo exclusivamente da música, Chau busca inspiração para suas composições no seu dia-a-dia, das coisas que ele vê, o que o ajuda a batizá-las, como “Memória dos Pássaros”, música que dá nome ao seu primeiro CD, lançado em 2002 e que tem em sua experiência de espantar pássaros uma inspiração. Em 2006, lançou seu segundo CD: Ninguém Anda Sozinho. Em 2009, Chau lançou seu primeiro CD ao vivo: Chau no Capricho, que faz parte da Coleção “Música Popular Alagoana” – Volume 3, e que reúne 6 músicas novas e seis dos CDs anteriores. Chau no Capricho tem a Direção Musical de Irineu Nicácio e Produção Executiva de Keyler Simões. A capa do CD é uma obra do artista visual Agélio Novaes, que tem seu trabalho desenvolvido com colagens: “A idéia dessa capa do CD de Chau, é passar o que ele me passa: alegria”, explica o artista. Chau no Capricho foi gravado em agosto de 2008 no Teatro de Arena Sérgio Cardoso, e lançado em dezembro do mesmo ano.
Em 2010 foi um dos destaques da sexta edição do Maceió Jazz Festival, realizado em dezembro.

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